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terça-feira, 30 de março de 2010

Postais de Outono.




E é ao som de 'Beirut' e com uma puta insônia que eu começo esse post. Com um sentimento confuso sobre mim. Confuso e ao mesmo tempo libertador. Algo como uma folha prestes a cair de uma árvore no outono, a ganhar o mundo com a possibilidade trazida pelo vento que a conduz. Me sinto nostálgico, lembrando muito de tempos vividos. Fotos tiradas, conversas tidas, prazeres sentidos, canções desafinadamente cantadas ao efeito do álcool e cigarros de sabores diferentes. Não me queixo nem um pouco da vida que levo ultimamente; mas sinto falta daquele despropósito, daquela solidão que tomava minhas noites de domingo, daquela despreocupação, sinto falta até mesmo daquela melancolia que eu sentia a cada frustração sofrida. Mas seria demais pedir que alguém compreendesse tamanho desatino. Não é cabível ao ser humano hoje em dia se dar ao luxo de ser melancólico. Tudo é sempre muito otimista. Até eu mesmo me construí assim. De uma forma que passei a mascarar meus defeitos e minhas ilusões. Sinto que sou feliz, mas me falta algo. Uma ousadia perdida ao longo do tempo e que deu lugar a um certo descontentamento, até visível em algumas horas mas, na maioria do tempo, mascarado.
Talvez eu esteja me arriscando em postar isso e dar margem a várias interpretações dúbias e errôneas. Mas um desabafo é sempre um desabafo. Se fosse agradável, não precisaria ter tal nome. Ninguém desabafa que está pulando de alegria, por exemplo, simplesmente se percebe.

E calma, não confundam nostalgia com insatisfação. É simplesmente saudade de uma vida que passou e que lembrarei como foi boa de se viver. Coisas de quem já está passando dos 21... e entrando naquela fase onde aparecem as várias crises existenciais. E depois de escrever tudo isso, o que mais me conforta é saber que eu sou absolutamente normal. E sei que alguém vai se identificar com isso de alguma maneira. Afinal, juventude não determina idade; é um estado de espírito. E é assim que eu ainda me sinto por dentro.



segunda-feira, 15 de março de 2010

O que mais me dói.

E o que mais me dói é ter merecido isso. É ter plena consciência do meu fracasso, da minha incompetência. É sempre me lamentar e nunca agir. É sentir uma enorme tristeza em ver tudo escorrer pelas minhas mãos sabendo que eu e somente eu tinha capacidade de ter feito diferente. Saber que todos vão dizer: "Também, tu nunca muda!", "Como você é irresponsável!", "Perdeu uma grande oportunidade...". Saber que mesmo que ninguém diga isso, vai pensar em dizer. Ver meu sonho desaparecer de um dia pro outro. Esquecer de um processo que eu já tava tão acostumado em praticar todos os dias.

Não mereço dó de ninguém, eu fui irresponsável e paguei por isso. Agora só me resta ver o que será de mim. Se vou conseguir mudar minha reputação ou não.

Só digo que minha vida não será mais a mesma. Não mesmo.

A ti.

Eu sinto algo diferente. Sinto que te quero como nunca antes. Não que antes eu não te quisesse. Mas não tanto assim, não com tanta veemência. Quero dizer que a vida me presenteou com tua essência e eu respondo assim:
"Amo-te tanto, meu amor... não cante


O humano coração com mais verdade...

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante


E te amo além, presente na saudade

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente


De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde


É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude."

(Soneto do Amor Total - Vinicius de Moraes)

Só posso dizer que mesmo que eu não te merecesse, faria de tudo pra ser digno disso. (L)

domingo, 7 de março de 2010

Quer saber?

Eu tô com uma vontade filha-da-mãe de mandar tudo se foder. De não ligar, nem perceber. De ignorar, desmerecer. Descarregar, jogar pro alto. Matar meu sonho, minha razão. Esquecer que tenho coração.

E no final, respirar bem fundo e descansar.
Sentindo a leve brisa do mar.
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